ENTENDA o ANIME The Royal Tutor!


Vamos introduzir The Royal Tutor antes de começar a review, já que, provavelmente, você não conhece esta obra-prima.

The Royal Tutor é sobre Heine Wittgenstein, um anão de cabelos vermelhos que é contratado ao posto de tutor real no Reino de Glanzreich.

Ele tem que lidar com quatro príncipes de personalidades peculiares, e deles eu vou falar agora!


Leonhard é o segundo mais novo. Ele tem bonitos cabelos loiros, que escondem a personalidade mais problemática de todos. Ele tem negação aos estudos, por traumas enormes com os outros tutores (não é spoiler, isso é coisa do episódio 3). Além disso, ele tenta fazer os outros se rebelarem contra Heine. Ele é energético, teimoso, tem alguns traços mimados e tem muita determinação. Dá pra ver que um personagem é bom quando ele tem uma personalidade tão complexa, extensa, cativante e um desenvolvimento ótimo.


Licht é o mais novo dos príncipes, o último na linha de sucessão ao trono, tem cabelos loiros com mechas rosadas e é um "playboy". Consegue ser muito calculista e inteligente, se escondendo atrás de uma fachada frágil, é um "gentleman" de primeira, tendo (literalmente) um harém nas suas costas. Ele é quase tão complexo quanto Leonhard, a "backstory" dele é fantástica, principalmente no episódio sobre Mitter Meyer, é simplesmente sensacional o tempo de tela pra desenvolvimento que esse cara recebe.


Bruno é o segundo mais velho. Usa óculos, tem olhos azuis escuros, um cabelo chanel loiro e uma cara fechada. É um prodígio genial. Tira notas incríveis, já escreveu vários artigos em várias áreas, como história, ciência e aritmética. Deu uma prova de 100 questões à Heine, todas sobre aritmética, vindo da cabeça dele, e conseguiu corrigir. É um violinista incrível, um jogador profissional de xadrez e um ótimo estrategista. Tem muito afeto por Heine, já que ele foi o único tutor que superou ele.


Kai é o mais velho dos príncipes. Tem mechas brancas misturadas com loiras, colorindo seu maravilhoso cabelo espetado. Kai tem uma cara fechada e uma aura muito misteriosa e maldosa, só que por dentro é uma pessoa gentil, feliz, calmo e apaixonado por coisas fofas. Ele brinca muito com Adele e o cachorro dela, Shadow. É comum vê-lo deitado perto de uma árvore brincando com uma bola junto à Adele e Shadow. Também é muito complexo, tem o melhor desenvolvimento entre os irmãos, já que é progressivo, e a cada episódio ele vai se abrindo mais emocionalmente.


Adele é a irmã de 5 anos deles. Ela tem uma personagem comum para uma criança. Brincalhona, feliz, etc. Mas é mais calma que o comum, e é uma das poucas pessoas que não tem medo do Kai, interagindo muito com ele.

Agora, sem mais delongas, vamos falar da parte mais chata: quesitos técnicos!

A direção deste anime é muito boa e profissional. O diretor fez muitos ângulos que caíram como uma luva para adicionar ao clima das cenas, a iluminação dos personagens e também dos cenários é perfeita, simplesmente impecável.

Falando em cenários, é tudo muito perfeccionista, bonito, artístico e detalhado. Eu amo a arte deste anime, ela ajuda muito no clima que o anime quer passar.

Os personagens, como eu disse acima, são todos desenvolvidos, complexos e fantásticos. Eles também são incrivelmente únicos, dá pra distinguir a personalidade um do outro facilmente. Além do design deles ser bem-iluminado, cheio de detalhes, criativo, com cores (de cabelo e de uniforme) que ajudam a caracterização deles e também são cativantes, pelo fato deles serem humanos que evoluem com suas experiências na vida, e suas personalidades também ajudam.

O plot ajuda muito a caracterização, desenvolvimento, evolução e experiência de nossos protagonistas. Além dele ter sido perfeito pra um bom e revelador foreshadowing (prenúncio). O plot sério e a comédia balancearam muito bem, isso é louvável.

A animação é flúida, o design é consistente e detalhado. A animação não se destaca tanto, apesar da fluidez, já que os outros quesitos são tão fantásticos que fazem você esquecer a animação pra admirar o que está sendo passado neles.

A mensagem que o anime quis transmitir é muito bonita. Ficando preso em casa, mesmo que estude, nunca conseguirá aprender. O verdadeiro aprendizado, é a mistura do livro e da experiência que você ganha lá fora. Na rua, na cidade, no ar puro. É simplesmente sensacional.

A opening é fantástica, muito bem ritmada e com uma melodia supimpa. Além da voz nos trinques de Sakamoto Shougo, e da letra muito bonita (que veio a combinar com o clima do final do anime).

O veredito final? Acho que vocês já sabem. The Royal Tutor: Nota 10.

Para os que quiserem se aventurar nessa obra, o anime de 2017 e o filme-continuação (lançado em 2019) da série estão disponíveis no Brasil pelo serviço de streaming da Crunchyroll.

Imagens: OneHallyu

ANALISANDO o Anime: Keep Your Hands Off Eizouken!


AVISO: ESTE TEXTO CONTÉM SPOILERS!

Eizouken é a história de Misuzaki, Asakusa e Kanamori. Três jovens que querem fazer um clube de animação na escola, mas acabaram tendo que burlar tudo, e criar um clube de audiovisual, por já existir um clube de anime na escola.

Asakusa é a personagem principal, e é a que eu menos gosto. Ela tem bastante cenas de imaginação que acabam travando a trama em algumas partes, como os primeiros 12 minutos do episódio 3. Ela sabe desenhar muito bem cenários e artes conceituais, e eu vou falar sobre eles depois.

Misuzaki é uma modelo super-famosa, cheia do dinheiro, mas por dentro, é mais uma otaku. Ela sabe desenhar personagens, ou seja, se completa com a Asakusa. Ela também é bastante imaginativa (em grau menor que a Asakusa) e seu dinheiro não é usado como recurso de trama, algo ótimo.

Kanamori é a pessoa mais pé no chão do grupo, é a minha personagem favorita do anime, e só está lá pelo dinheiro mesmo. Ela bota a Misuzaki e a Asakusa pra trabalhar, e é bastante realista no que fala. Ela não vai falar que é tudo um mar de maravilhas, ela vai dar um choque de realidade, mostrando que aquilo é sim trabalhoso para as personagens. Ela faz a trama andar, basicamente. É a engrenagem principal pra tudo acontecer. Podemos chamá-la de produtora do Eizouken Club (nome do clubinho delas).

Ok, agora vamos falar da direção e da arte deste anime.

Este anime foi a primeira obra do Yuasa Masaaki que eu vi. E a direção é fantástica. Ele sempre tem a melhor posição pra executar as cenas, tem umas escolhas artísticas espetaculares (como o estilo de traço nas artes feitas pela Asakusa), escolheu uma arte bem bonita, enfim. Uma direção realmente perfeita, inacreditavelmente boa, e que merece muita apreciação pelos entusiastas de arte no geral.

O traço é muito bem escolhido, pois ele mostra que elas são pessoas mais comuns, sem nenhuma peculiaridade, seguindo sua vida como gente normal. Então, o traço de Eizouken é perfeito pro contexto da obra, e não é um defeito como muita gente diz. Ele é incomum, principalmente pra um slice-of-life, mas ele não é feio, tem bastante capricho inclusive.

Os cenários são muito bonitos, alguns sendo até parecendo feitos de aquarela, uma belezura pra apreciar. Foi doce pra minha visão, eu nunca vi cenários tão belos (depois de Koe no Katachi e The Royal Tutor/Oushitsu Kyoushi Heine).

Mas, isto será como uma Imoreview, do canal Jumentossauro. Ou seja, eu analisarei episódio a episódio, como a história vai evoluindo e como eu estou achando, ok?

Eu não vi os dois primeiros episódios por que eu tenho uma péssima mania de não ver o primeiro episódio. Mas eu também não vi o segundo, pois todos diziam que o início de Eizouken era arrastado demais.

Episódio 3: A primeira metade é arrastadíssima, os primeiros 12 minutos são um saco. A imaginação da Asakusa atrapalhou o ritmo do episódio, fazendo algo simples ser maçante e arrastado. Eu me senti na pele da Kanamori, que estava sofrendo com as duas idiotas brincando de espaço-nave enquanto consertam um telhado. Nossa, muito chatinho. Só que a segunda metade tá bem legal! Eles desenvolveram mais a fama da Misuzaki, descobrimos coisas novas sobre ela, e como ela lida com os fãs de forma diferente de como lida com a Kanamori e a Asakusa. Eu achei isso bem real e interessante. Outro ponto pra essa segunda metade é que eles planejam todo o processo de criar o anime, dos quadros que elas precisam até o contexto. E no finalzinho do episódio elas começam a executar tudo o que planejaram, fazendo os primeiros quadros, bolando um contexto e estruturando a base da personagem principal do seu anime. Abaixo, a imagem da Misuzaki no telhado:



Mas no Episódio 4, a gente já consegue ver progresso. O problema é: descobrimos que a Misuzaki e a Asakusa são perfeccionistas demais. Acabaram fazendo cortes muito bem-feitos e esqueceram do prazo curto que tem. De novo, a Kanamori dá um choque de realidade nas gurias. Depois, mais pro fim do episódio, eu fiquei chocado com a direção, que nos colocou na visão do espectador, que sentia como se fosse um filme 4D. E o choque do Conselho Estudantil ao ver o fantástico trabalho do Eizouken Club e como elas ficaram reclamando do próprio trabalho, foi muito palpável, sabe? Achei inteligente. Melhor episódio.

Vem o Episódio 5, e já começa com elas sendo contratadas pra fazer um anime sobre um robô gigante do Clube de Robótica. Asakusa e Misuzaki já começam a discutir a história, enquanto a Kanamori vai direto pro chefe do clube falar sobre grana e tempo de produção. Finalmente, eles tinham alguma verba pra fazer seu anime, junto com o orçamento dado pelo Conselho Estudantil no episódio anterior. Eu estou aprendendo a gostar da Asakusa, e ela passou a Misuzaki no ranking das protagonistas de Eizouken, agora a Asakusa tá só atrás da Kanamori. Isso foi por que a Misuzaki tá um pé no saco, com seu perfeccionismo imbecil e irritante. Mais pra frente, elas pegam no flagra o Clube de Robótica planejando contra elas, e pegam a vantagem de negócios. O chefe do clube ainda se contradiz todo quando vai reclamar da proposta e o cara acaba num beco sem saída por sua imbecilidade. Abaixo, o robô gigante do Clube de Robótica.



No Episódio 6, o anime nos apresenta os clubes de Som e Arte. O Clube de Som só tem um membro e teve que se juntar ao de Audiovisual após um show de lábia da Kanamori. A galera da arte vai fazer os cenários enquanto vemos que a Asakusa é a diretora do projeto. Por fim, a gente vê a Asakusa sendo um saco. Abaixo, a Asakusa junto com o único membro do Clube de Som na Biblioteca Sonora.



Eu não lembro do Episódio 7.

No Episódio 8 tem mais trabalho em cima da Misuzaki, principalmente sobre a infância dela e sobre os parentes dela. A exibição do anime é sensacional, aquela treta com o clube de segurança foi muito bem-pensada. Foi um episódio muito bom.

No Episódio 9, vemos que as vendas de DVDs foram boas, mas nem de perto o suficiente que a Kanamori quer que o clube alcance. Então eles tiveram que vender seus animes fora da escola.

Os 3 episódios finais são bem interessantes e o final da série é bom.

O veredito final de Eizouken é uma nota 10.

O anime tem uma direção excêntrica que não deixa de ser bonita, muito consistente, história ótima, tudo perfeito e ainda está disponível oficialmente no Brasil via streaming pela Crunchyroll.

Imagens: Forbes, CBR, RABUJOU - An Anime Blog e Nawala Karsa.
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